O número de portugueses e de espanhóis que defendem a união federativa entre Portugal e Espanha aumentou em 2010, para 46 e 39% respectivamente, segundo um estudo luso-espanhol esta terça-feira divulgado.
O apoio a essa união é maior no caso dos portugueses (46,1% que "concordam" ou "concordam totalmente" com essa ideia) do que no caso dos espanhóis (39,8%), mas essa percentagem aumentou nos dois casos, respectivamente de 45,6 e de 31%.
Já no que toca aos modelos de integração, a maioria dá notas mais favoráveis (de 0 a 10) a estreitar laços com acordos ou alianças estáveis, sendo que a opção de formação de um estado confederal, como a Suíça, merece nota positiva dos dois lados da fronteira.
O estudo foi realizado por Mariano Fernández Enguita (Universidade Complutense de Madrid) e por Salvador Santiuste Cué (CASUS, Universidade de Salamanca), tendo o apoio de Fernando Luís Machado e António Firmino da Costa do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES-IUL) em Lisboa. No total, foram inquiridas telefonicamente 1741 pessoas, com mais de 16 anos de idade - 893 espanhóis e 848 portugueses - com uma amostragem aleatória estratificada por províncias (em Espanha) e distritos (Portugal).
Segundo estudo, a grande maioria dos portugueses (71,4%) e dos espanhóis (75%) considera que as relações entre os dois países são boas ou muito boas, com a maioria a considerar que melhoraram ou se mantiveram iguais nos últimos anos.
São mais os espanhóis (5,5%) do que os portugueses (3,2%) a considerarem que os laços bilaterais pioraram. No que toca às propostas para fortalecer a cooperação, o estudo consultou os inquiridos sobre aspectos como a homogeneização do sistema fiscal, uso de serviços e equipamentos transfronteiriços, candidaturas conjuntas a eventos internacionais ou maior colaboração judicial, policial e militar.
Os portugueses favorecem maioritariamente todas as opções, sendo que no caso dos espanhóis a única excepção é a de harmonização fiscal, que 44,1% dizem não querer.
No que toca à língua, tanto os espanhóis como os portugueses estão de acordo que as línguas do outro país sejam opcionais no ensino primário e secundário.
Porém, uma maioria dos portugueses (51,4%) contra uma minoria dos espanhóis (19,7%) defende que deveria ser obrigatória.
O estudo evidencia ainda que os espanhóis mostram menos interesse pelos assuntos de Portugal do que o contrário, sendo que a maioria dos portugueses declara algum ou muito interesse pelos assuntos espanhóis e um quarto dos espanhóis mostra "nenhum interesse" pelos assuntos portugueses.
Dos dois lados da fronteira reconhece-se, porém, a necessidade de aumentar a educação sobre o país vizinho nas escolas do país. Evidente é também o facto de 35% dos espanhóis não terem mantido qualquer tipo de relação com portugueses, quando apenas 16% dos portugueses dizem não ter mantido qualquer tipo de relação com portugueses.
A maioria, no caso dos que já tiveram contactos do outro lado da fronteira, considera esse relacionamento positivo ou muito positivo. No caso de mudar de país, tanto a maioria dos espanhóis como dos portugueses ponderaria essa hipótese por questões laborais ou na reforma, sendo que nos dois casos a opção positiva é mais elevada entre os portugueses.
[A asneira é livre...]
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