Foi de 18,14% a participação no referendo sobre a independência da Catalunha de domingo promovido por “Barcelona Decideix”. Mais de 90% dos que votaram manifestaram a sua vontade de que as terras catalãs sejam no futuro independentes do resto de Espanha.
Sem vinculação legal, a consulta celebrada na capital da Catalunha foi o culminar de um processo de referendos iniciado em 13 de Setembro de 2009 promovidos pela Associação Omnium Cultural. Nas consultas realizadas em 531 municípios votaram 616 mil pessoas, maiores de 16 anos, incluindo os emigrantes que constavam dos censos municipais. A participação foi de 18,3%. No referendo de Barcelona podia-se votar desde 12 de Dezembro, solução pela qual optaram 37,4% dos eleitores.
Esta vaga de referendos revelou qual a força do movimento independentista catalão, que segundo vários estudos eleitorais não ultrapassa os 20%. Apesar das consultas não terem consequências e de ser permitido o voto de maiores de 16 anos e de emigrantes registados, a participação global num processo de ano e meio não chegou à fasquia admitida pelos analistas.
A principal consequência destas iniciativas foi sentida pelos partidos catalães. Entre os socialistas, que nos últimos sete anos estiveram à frente dos destinos da Generalitat – o Governo autónomo -, registaram-se divisões. Quando no poder, opuseram-se aos referendos mas, no domingo, em Barcelona, antigos responsáveis do Executivo regional votaram a favor da independência. Também no seio da Convergência e União (CiU), actualmente no poder, manifestaram-se divisões: nove dos 11 conselheiros do Governo votaram favoravelmente e dois não foram às urnas. Artur Mas, o “president” da Generalitat, tal como o seu antecessor no cargo, o nacionalista Jordi Pujol, votaram anteriormente e na intimidade, sem fotos.
As contradições vão aumentar no campo nacionalista. Amanhã, quarta-feira, a CiU vai-se abster na votação da declaração de independência promovida por Solidaritat Catalana pela Independência (SI), o partido fundado e já abandonado pelo ex-presidente do Futebol Clube Barcelona, Joan Laporta.
A pergunta a que responderam os votantes foi: "Concorda que a Catalunha se deva tornar num país soberano, democrático, membro da União Europeia?".
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