O linguista João Malaca Casteleiro disse hoje em Macau acreditar que o português se possa tornar na sétima língua oficial das Nações Unidas nos próximos cinco anos, considerando “inevitável” uma reforma daquela organização.
“Portugal está a atravessar uma situação económica difícil e, portanto, o investimento que faz na promoção da língua portuguesa no estrangeiro é enorme”, disse Malaca Casteleiro, da Academia de Ciências de Lisboa, à margem do 15.º Colóquio da Lusofonia em Macau.
Ao observar que o Brasil “tem uma capacidade maior” para projectar o português a nível internacional, o linguista que participou na redação do novo Acordo Ortográfico considera que hoje a preocupação é “harmonizar as duas intervenções”.
“Neste momento, espera-se que, com a grande projeção do Brasil no plano internacional e uma possível entrada no conselho permanente das Nações Unidas, a língua portuguesa se acrescente às seis línguas oficiais daquela organização, o que poderá acontecer nos próximos três, quatro, cinco anos”, disse.
Malaca Casteleiro admite essa possibilidade ao considerar ser “inevitável uma reforma das Nações Unidas” e ao realçar que existe uma maior “cooperação entre povos e países, como os Estados Unidos, Rússia e a China, que esbateram muitos atritos, o que favorece essa reforma”.
O português é a terceira língua europeia mais falada no mundo, depois do inglês e do espanhol, por 240 milhões de pessoas nos quatro continentes.
“É uma língua de grande projeção internacional, é a língua de ensino e aprendizagem em várias instituições estrangeiras e a língua oficial e de trabalho de cerca de 20 instituições internacionais”, referiu aquele linguista.
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