quinta-feira, abril 16, 2009

Sigilo Bancário

Tou curioso... com vários aspectos deste fim anunciado!

A primeira é como vão os pequenos corrompidos continuar a sua labuta diária no amealhar do dinheirinho do construtor civil se não têm contas em offshores.

À primeira vista não sou contra esta medida, acho que tanto judicialmente como a nivel do fisco deve existir agilidade de processos na prevenção de diversos males (todos eles tão enraízados na sociedade portuguesa), mas tenho um grande receio...

No país em que vivemos, não me estranhava começar a ter um Big Brother estatal a controlar até as cuecas que vestimos, ou neste caso o dinheiro que gastámos nas cuecas.

É importante estabelecer em que termos, com quem e para que fim se levantará o sigilo bancário, e definitivamente saber quem terá acesso a tal informação, e como se evitará o uso dessas informações paraobjectivos mais obscuros....

É que com um governo controleiro como este é de recear certo tipo "abusos".

Politicamente falando, fico claramente com a sensação que esta é uma lei aprovada por todos os motivos menos o da bondade da própria lei.

Primeiro porque tenho quase, repito... quase a certeza que esta lei nunca seria aprovada pelo PS se não fossem as circunstâncias muito particulares do momento político em que vivemos. Acima de tudo parece um passo populista em momento crítico de eleições com o chefe a andar sobre um tapete de ovos. Arrebanham-se uns votos no povinho descontente com a "crise", dá-se um chuto no traseiro de ricos e políticos, tudo à vontade do frguês, além de que adivinha uma reaproximação à esquerda bloquista, criando pontes a uma coligação quiçá necessária.

Isto embora acredite que o BE seria o primeiro a sabotar tal coligação, não faz parte do adn bloquista ser poder.

Demonstra também uma falsa abertura do PS a pensamentos exteriores a si, o que também marca pontos entre o povo mais desmemoriado.

E já agora com aquela possibilidade fantástica de "nunca regulamentar a lei", o que é perfeitamente normal

Mas dou a mão à palmatória... e segundo o novo acordo ortográfico... tática política perfeita.

1 comentário:

Anónimo disse...

NÃO DEVERÁ TER O EFEITO QUE MUITA GENTE BEM INTENCIONADA ESPERA.

Falta saber em que circunstâncias se vão verificar as contas bancárias, quem terá autoridade para o ordenar e quem o vai fazer. Desconfio que a medida visa apenas o aumento das receitas das finanças, uma vez que se vai fiscalizar apenar nos depósitos bancários acima de 100.000 euros (uma ninharia) e não se segue o "rasto do dinheiro": de onde vem, para onde vai e porquê? Tudo acaba com o pagamento de uma percentagem elevada às finanças e pronto (ponto final).

Será que ainda não se vão verificar os movimentos de milhões que circulam entre bancos e as offshores "? ou entre os bancos? ou entre as outras empresas (as verdadeiras e as que se criam especificamente para movimentar os milhões)?

Acredito que será o chamado "zé povinho" o principal fiscalizado e irá servir para se reduzirem uma vez mais as despesas sociais do Estado...

As grandes transacções financeiras hão-de encontrar sempre uma qualquer forma de contornar a lei, mesmo que à partida isso não seja evidente...Talvez que pagamentos no estrangeiro ou em "cash" passe a ser a forma de pagamento nos casos de corrupção(?)

Zé da Burra o Alentejano