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Quem finalmente o diz com todas as letras é o ministro português Luís Amado.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português considerou hoje, na Cidade da Praia, Cabo Verde, que é "inadiável" a refundação do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP). Amado, que chegou hoje à capital de Cabo Verde, onde decorre a 14ª Reunião do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a que preside, adiantou que Portugal tem uma proposta para que o IILP se torne "capaz de preencher as expectativas criadas em relação ao estatuto da Língua no mundo". "O tema central (do Conselho de Ministros) é a nova abordagem estratégica para a promoção e difusão da Língua Portuguesa, assumida pela CPLP na sequência da Cimeira de Lisboa (Julho de 2008). Teremos oportunidade de discutir as questões concretas relacionadas com o IILP e com a sua refundação, que é inadiável", disse. "Há uma proposta nossa, que deverá ser aprovada, que define as orientações que deverão ser seguidas nos próximos meses para que haja uma nova instituição capaz de preencher as expectativas criadas em relação ao estatuto da Língua no mundo", sustentou o presidente do Conselho de Ministros da CPLP.
Luís Amado frisou que a manutenção da actual direcção do IILP, chefiada pela linguista angolana Amélia Mingas, "não está em causa", e salientou que "o que é importante é refundar o ILLP, que não tem sido capaz de corresponder às expectativas que se criaram aquando da sua fundação. Depois da sua fundação (em 1989), constituiu-se a CPLP (1996). Mas a articulação de objectivos entre a CPLP e o IILP não tem sido fácil. É preciso que se diga, que o IILP tem uma grande falta de visibilidade no conjunto da CPLP, pelo que é preciso dar um novo impulso", sublinhou. Nesse sentido, acrescentou Luís Amado, é necessário dar ao IILP "novas competências, atribuições e objectivos bem definidos, para que possa ter sucesso". "Na nossa proposta, e independentemente de outros aspectos que devem ser revistos, há uma acção de apoio à interpretação da Língua Portuguesa nos organismos internacionais, em que o IILP pode assumir essa competência. E se houver consenso, é possível que o instituto se torne mais operacional, com mais visibilidade e com um papel mais determinante na promoção da Língua Portuguesa", adiantou.
Para Luís Amado, é também essencial analisar os problemas específicos de cada Estado membro na promoção do ensino e na expansão da Língua Portuguesa, tendo em conta que os países africanos da CPLP (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) "têm ainda os seus sistemas de ensino em expansão". Por isso, acrescentou, necessitam de apoio específico na área do ensino da Língua Portuguesa, pelo que na mesa estará a discussão de uma estratégia comum para os ajudar, contando com o apoio do Brasil. Além da questão da Língua Portuguesa, Luís Amado salientou que a reunião ministerial vai também centrar-se na crise internacional e à forma como está a ser acompanhada em todas as regiões, bem como se fará um ponto de situação sobre os últimos desenvolvimentos na Guiné-Bissau e em Timor-Leste.
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