Adriano Parreira, professor angolano da Universidade Agostinho Neto em Luanda, foi eleito o primeiro académico africano membro da Academia Portuguesa de História (APH), revelou à Lusa a instituição que pretende receber em breve representantes dos restantes PALOP.
Para Parreira, a inédita nomeação tem um "evidente" cunho de "encetar laços profundos e contínuos com as instituições e personalidades do meio científico angolano", um passo que considera natural, "porque a história de Portugal e do Brasil estão ligadas intimamente com a história de Angola".
"Dentro do contexto da globalização, é um caminho inevitável de aproximação" dos povos de língua portuguesa, que "nem sempre tem sido cumprido com os melhores resultados", disse o académico que já se encontra em Lisboa para se juntar à Academia.
O nome de Parreira foi proposto pela presidente da APH, Manuela Mendonça, e votado unanimemente pelos restantes membros. Até agora, a Academia tinha um membro africano, o cardeal angolano Alexandre Nascimento, mas este apenas a título honorífico.
A nomeação de Parreira "significa o princípio do projecto" de aproximação às academias dos países africanos lusófonos, à semelhança da colaboração que já hoje se faz com a academia brasileira, disse Manuela Mendonça, presidente da instituição que é herdeira da Academia Real Portuguesa da História, criada em 1720, no reinado de D. João V.
Diplomata, além de historiador, Adriano Alfredo Teixeira Parreira, 55 anos, é natural do Namibe, filho de um locutor da RTP. É doutorado pela Univ. de Uppsala (Suécia), mas passou também pelo ISCTE, Univ. Católica Portuguesa e Univ. Nova (Lisboa). Actualmente é professor na Univ. Agostinho Neto (Luanda), onde lecciona o mestrado em História de Angola, e é docente também no Departamento de Ciências Sociais. Leccionou ainda na Univ. Johns Hopkins (EUA), na Univ. Nova (Lisboa) e foi investigador do Instituto de Investigação Científica Tropical.
Foi bolseiro Full-Bright, da Fundação Luso-Americana, da Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses e da Fundação Calouste Gulbenkian.
A imposicao das insígnias, colar e entrega de diploma a Parreira terá lugar no Palácio dos Lilases (Lisboa), sede da Academia Portuguesa de História, a 16 de Janeiro.
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