Cabo Verde deixou de fazer parte do grupo dos Países Menos Avançados (PMA), a que pertence desde 1977, para passar a ser um País de Desenvolvimento Médio.
Esta "promoção" decidida pelas Nações Unidas em Dezembro de 2004, deve-se ao facto de Cabo Verde preencher dois dos três critérios exigidos para um País de Desenvolvimento Médio ao ter subido o seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o rendimento per capita.
No entanto, e conforme a resolução da Assembleia Geral 59/209, a passagem de Cabo Verde ao grupo de Países de Desenvolvimento Médio só se tornará efectiva após um período de três anos, durante o qual deverá preparar, em estreita colaboração com os seus parceiros internacionais, uma estratégia de transição para permitir uma saída por etapas e criar condições para que a "promoção" não constitua um obstáculo ao desenvolvimento do arquipélago.
Apesar de Cabo Verde ter um IDH de cerca de 0,717 %, acima da média do grupo de 86 países do mundo com um nível médio de desenvolvimento (0,695), o arquipélago padece ainda de algumas vulnerabilidades, como a fraca capacidade produtiva interna e a forte dependência da sua economia de factores externos, nomeadamente a flutuação dos preços dos combustíveis no mercado internacional.
"A vulnerabilidade económica é um critério com um peso maior que os outros porque é a economia que deve gerar índices de desenvolvimento humano e rendimento per capita", defende o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Victor Borges.
Mas em Cabo Verde o processo foi diferente, já que a boa aplicação das ajudas internacionais e a estabilidade social, económica e política contribuíram para os níveis de desenvolvimento do país desde da independência.
O chefe da diplomacia cabo-verdiana defende que a "transição suave" deve ser gerida de forma dinâmica em função dos objectivos de desenvolvimento e não de um prazo definido "administrativamente".
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