O ano de 2008 será "pior que 2007" para Moçambique devido à entrada na zona de comércio livre da África Austral, em Janeiro, por decisão "unilateral" do Presidente, sem que o país esteja preparado, acusou Afonso Dhlakama.
"A vida dos moçambicanos piorou este ano comparativamente aos últimos cinco, sete anos (...). A situação irá agravar-se em 2008 com o início da integração económica regional", cuja decisão "foi tomada pelo Presidente Armando Guebuza, sem consultar ninguém", afirmou o líder do principal partido da oposição moçambicana em entrevista à Lusa.
A 1 de Janeiro de 2008, os países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), à excepção de Angola e da República Democrática do Congo, puseram em marcha a chamada zona de comércio livre.
O presidente da RENAMO manifestou o seu descontentamento por o chefe de Estado moçambicano não ter consultado o Parlamento e o Conselho de Estado sobre esta matéria.
A entrada de Moçambique nesta zona de comércio livre tem merecido fortes críticas de diferentes segmentos da sociedade civil, embora o Executivo de Maputo afirme que, caso os resultados da adesão sejam perniciosos para a economia, o país irá retirar-se.
Para Dhlakama, "Moçambique deveria travar a sua entrada [nesta organização], mesmo por 10 ou 15 anos. A sua entrada ia depender do desenvolvimento. Afinal, o que nos move a entrar?". "Quando se adere a uma organização é para se aproveitar alguma coisa e Moçambique não vai aproveitar, passando apenas a vender produtos de outros países", afirmou.
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