A Cimpor prepara-se para reforçar a sua presença na bacia do Mediterrâneo. Agora, as baterias da empresa controlada pela Teixeira Duarte são apontadas para outro mercado nesta região, a Jordânia. A cimenteira está a negociar a construção de uma fábrica de cimento, em parceria com um grupo jordano que já tem autorização do governo local para investir e com um conjunto de empresários da Arábia Saudita.
Além de Portugal, e das primeiras e mais bem sucedidas entradas de empresas portuguesas no mercado espanhol, em 1992, a maior cimenteira nacional já fez investidas em Marrocos (1996), Tunísia (1998), Egipto (2000) e Turquia (2007).
A informação sobre o investimento da Cimpor na Jordânia foi avançada pelo presidente da Agência Portuguesa para o Investimento, Basílio Horta. A cimenteira é uma das oito empresas que integra a comitiva de Cavaco Silva à Jordânia, a primeira de um chefe de Estado português a este país do Médio Oriente.
O gestor da Cimpor, Bayão Horta, aproveitou o encontro para manter contactos ao mais alto nível, destinados a agilizar o fecho da operação.
A Cimpor tem um plano de investimentos de, pelo menos, 600 milhões de euros até 2012, só em reforço de capacidade de produção de cimento, dos actuais 28,5 milhões de toneladas anuais para os 33,5 até 36 milhões de toneladas por ano.
Além de se prefigurar como o 14º país em que a Cimpor passaria a estar presente, a concretização do investimento na Jordânia representaria quase o fechar o arco do Mediterrâneo a Sul, falhando apenas a Líbia, onde a empresa já tentou entrar há quatro anos e onde está agora a reanimar esforços de intervenção.
O principal concorrente da Cimpor, a Secil de Pedro Queiroz Pereira, também aposta na entrada na Líbia e no Médio Oriente, estando já a produzir na Tunísia e no Líbano.
Na Jordânia, com quem Portugal acaba de fechar um acordo de cooperação económica, há uma limitação, em 50%, da participação estrangeira nas empresas. Uma estratégia para promover a entrada de investidores locais.
Com uma taxa de crescimento da economia de 6% ao ano, a Jordânia beneficia não só de um quadro político estável interno, como da captação de recursos financeiros de países vizinhos, que procuram aqui refúgio para os conflitos que avassalam a região.
O sector da construção civil e as obras públicas é apontado pelas autoridades locais como uma das actividades económicas com forte potencial de ascensão.
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