Eduardo Gonçalves é um português entre "o povo da neve" - a tradução literal para a palavra kitimaat. A palavra em língua haisla deu origem depois a Kitimat, o nome da pequena cidade da British Columbia, colada ao Alasca. É ao encontro deste português e da comunidade de origem portuguesa naquelas paragens longínquas que vai o primeiro documentário da série Mais Perto de Casa, que a RTP exibe a partir de hoje.
Seguem-se Vancôver e, depois, também em português, Goa, na Índia. "Os primeiros portugueses chegaram a Kitimat em meados do século XX, a cidade começava a nascer", lembra o realizador Carlos Brandão Lucas na sinopse do primeiro documentário que assina e que a RTP exibe hoje em horário nobre, logo a seguir ao Telejornal, quando forem 21h00.
Brandão Lucas, angolano, historiador, é um homem da rádio que se estreou na realização de documentários com o programa Totobola, que mostrou o coração de Portugal e as suas tradições durante a década de 1980. "Já lá vão mais de 250 documentários", recorda.
"Estou surpreendido e agradado pelo facto de estes documentários poderem ser vistos em Portugal", lembra, invocando a aposta da RTP nesta área, com o trabalho feito no último ano Portugal, Um Retrato Social, de António Barreto e Joana Pontes.
Em Mais Perto de Casa Brandão Lucas e Marina Brandão Lucas, produtora, que se consideram dois globetrotters, vão ao encontro das raízes portuguesas no mundo. "A casa aqui pode ser a língua portuguesa, que é o elo que nos une", sugere Marina, que encontrou no Canadá a extrema devoção das festas religiosas açorianas. "O espírito santo agarra-se-lhes à pele, como uma carraça." A produtora visitou em Goa, no Monte Sagrado, a Igreja da Madre de Deus. Ali há quem veja no ensino da língua portuguesa o elo que os prende a uma cultura de que ouviram falar toda a vida.
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