A Irlanda manifestou-se pronta para acolher os soldados rebeldes timorenses com o objectivo de resolver a crise em Timor, assegurou hoje o presidente interino Fernando "La Sama" de Araújo.
Esta oferta foi feira pelo ministro irlandês dos Negócios Estrangeiros, Dermot Ahern, de visita a Díli, indicou Araújo, que substitui temporariamente na liderança de Timor o presidente, José Ramos-Horta, gravemente ferido a tiro. “Ele (Ahern) disse que estavam prontos para receber os peticionários”, afirmou aos jornalistas Araújo. A Irlanda vai acolher os soldados amotinados que “desejem iniciar uma nova vida, como por exemplo no sector privado”, acrescentou o presidente interino timorense.
Um terço dos efectivos (peticionários) do exército timorense, cerca de 600 pessoas, desertou em 2006 dizendo-se vítima de discriminação. A reintegração na sociedade dos militares amotinados tem constituído um problema desde então e um núcleo duro desses soldados é acusado de destabilizar o país. A República da Irlanda pensa poder inspirar-se na sua experiência de resolução de conflitos na Irlanda do Norte para ajudar Timor. Timor faz parte de um grupo de nove países prioritários aos quais Dublin garante a sua assistência. Depois de uma vaga de confrontos entre Abril e Junho de 2006, polícias e soldados estrangeiros (entre os quais a GNR), em parte sob mandato da ONU, garantem a segurança em Timor, independente desde 2002. A presença das forças de segurança estrangeiras não impediu o duplo atentado que a 11 de Fevereiro visou o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso, e o presidente Ramos-Horta, que ficou gravemente ferido e teve de ser evacuado para um hospital australiano.
in Notícias Lusófonas por Orlando Castro
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