Portugal é candidato a um lugar não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A candidatura foi lançada há um ano e visa o biénio 2011-2012. A eleição em causa decorrerá numa reunião da Assembleia Geral da ONU no último trimestre de 2010. Portugal disputa um de dois lugares no chamado "grupo ocidental" (que reúne a América do Norte e a Europa, nomeadamente). Nesta candidatura, a diplomacia portuguesa enfrenta concorrência de peso: a Alemanha e o Canadá também querem ser nesse biénio membros não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU.
Este órgão tem cinco membros permanentes (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e dez não permanentes, eleitos de dois em dois anos. Actualmente são a África do Sul, Bélgica, Eslováquia, Gana, Indonésia, Itália, Panamá, Peru, Qatar e a República do Congo.
A última vez que Portugal teve assento no Conselho de Segurança foi no biénio 1997/1998. O primeiro-ministro era António Guterres. Jaime Gama ocupava a pasta dos Negócios Estrangeiros. António Monteiro, actualmente colocado em Paris, chefiava a representação portuguesa nas Nações Unidas. Timor, na altura ainda uma "província" que a Indonésia considerava sua, ocupava então um lugar de destaque na agenda diplomática portuguesa. Sob a égide, precisamente, da ONU, decorriam em Nova Iorque negociações entre Portugal e a Indonésia, iniciadas ainda no tempo dos governos de Cavaco Silva (era Deus Pinheiro ministro dos Negócios Estrangeiros). Ali Alatas, MNE indonésio, era o interlocutor de Jaime Gama.
Em Maio de 1998, precisamente no mesmo dia em que Portugal celebrava a inauguração da Expo-98, o Presidente Suharto da Indonésia deixou o cargo, "fulminado" por várias acusações de corrupção. O seu sucessor, Yussuf Habibie, abriu a porta a um referendo para a autodeterminação de Timor, que veio a ser realizar-se em Agosto de 1999, organizado pela ONU. Por uma margem esmagadora, os timorenses escolheram a via da independência.
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