Ludgero Marques lançou hoje a ideia de criação de 250 mil empregos através de um projecto de construção de 50 mil fogos de habitação social e reabilitação. Falando em Aveiro na última sessão plenária da Semana Social católica, o empresário e ex-presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) disse que esta proposta permitiria reanimar a economia e atenuar o problema do desemprego pelo menos durante um ano.
A ideia já foi apresentada por Ludgero Marques a “membros do Governo”. A própria AEP estará interessada em promover a proposta. De acordo com o ex-presidente da associação (e actual presidente da assembleia geral), o programa poderia ser financiado com apoio de empresas que aceitassem ceder materiais de construção a custo zero, ajudando desse modo a criar emprego no país, fazendo a média a 5 trabalhadores para cada fogo. “Tenho as contas feitas”, disse. Na intervenção, Marques referiu-se ao actual momento da economia mundial como de “uma autêntica canibalização” entre empresas, na luta pelos mercados. Mas a crítica maior foi para a deficiente formação de muitos empresários e trabalhadores. Muitos excluídos são-no por não terem trabalho, o que acontece por falta de conhecimento e inadequação dos cursos superiores às necessidades empresariais e sociais, explicou.
Há um importante papel das empresas, notou. Estas devem colaborar com autarquias e sectores de economia social e aproximar-se das escolas. Do mesmo modo, “as práticas sociais da empresa devem ser o espelho da cultura da sociedade” – e a sua inexistência é um “entrave ao desenvolvimento sustentável”. “Os custos de trabalho têm de ser suficientes para que um trabalhador se sinta compensado pela remuneração relativamente ao trabalho que realiza”, afirmou ainda. Mas muitas vezes os custos do trabalho “são os mais sacrificados nas empresas”. Afirmações como estas levaram a que o empresário fosse saudado por um responsável do Movimento de Trabalhadores Cristãos: “Se a maioria dos empresários fosse” como Marques, disse, a situação do país seria melhor para muitos trabalhadores. Nas conclusões da Semana Social, iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa, reafirma-se que o Estado deve dar lugar à sociedade civil e não “substituir-se aos cidadãos”. E, apesar do “crescimento do desemprego” das “desigualdades profundas” ou do “desrespeito pelo ambiente”, o futuro social do país deve ser olhado “com confiança”.
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