Natália Carrascalão apresentou hoje, na Cidade da Praia, as cartas que a credenciam como embaixadora não residente de Timor-Leste em Cabo Verde.
A também embaixadora timorense em Portugal (desde 24 de Setembro último) entregou as cartas credenciais ao presidente cabo-verdiano, Pedro Pires, numa cerimónia curta mas em que manifestou "total disponibilidade" de Timor-Leste em reforçar a cooperação com Cabo Verde.
Natália Carrascalão, que em breve apresentará cartas credenciais com idênticas funções às da Cidade da Praia em Madrid (Espanha), indicou que o presidente timorense, José Ramos Horta, visitará Cabo Verde em Março de 2010, visita que já esteve prevista em duas ocasiões.
"O presidente faz questão de visitar Cabo Verde em breve. Já esteve para vir em duas ocasiões, mas não foi possível", afirmou.
O primeiro adiamento foi devido ao atentado de que Ramos Horta foi vítima e, depois, por doença, recordou, sublinhando que "há o interesse em visitar Cabo Verde e que o presidente gostaria de o fazer em Março".
Questionada sobre as prioridades da sua missão em Cabo Verde, uma vez que não é embaixadora residente, Natália Carrascalão sublinhou que pretende, "se ainda for possível fazer mais, reforçar as já excelentes relações" entre os dois países e acompanhar os projectos que o arquipélago mantém em Timor-Leste.
"Vou também tentar fazer o contrário, criar condições para que Timor-Leste possa vir a desenvolver, no futuro, projectos de cooperação em Cabo Verde", disse.
Para já, acrescentou, e além da preparação da visita de Ramos Horta a Cabo Verde, Natália Carrascalão pretende preparar também a vinda à Cidade da Praia de técnicos timorenses, de vários sectores, para analisar, com congéneres locais, questões ligadas à Justiça, Educação e Saúde.
Natália Carrascalão acrescentou, porém, que um dos principais objectivos da vinda da missão de técnicos é estudar a governação electrónica desenvolvida em Cabo Verde, projecto que disse tê-la seduzido "bastante" e que Timor-Leste poderá importar.
"A visita permitirá também estudar a célebre governação electrónica, que me seduziu bastante. Facilita o trabalho dos governantes e dos funcionários administrativos, acabam as distâncias, o que, para nós, em Timor-Leste, seria fabuloso. Acho que podemos também apostar muito a sério nesse projecto", sustentou.
Natália Carrascalão, que regressa quinta-feira à noite a Lisboa, sublinhou que a missão em Cabo Verde a "agrada", sobretudo por causa, também, das relações familiares que tem com cabo-verdianos.
"Há também uma grande comunidade de cabo-verdianos em Timor-Leste, que ao longo das décadas se foram cruzando com as famílias timorenses. Eu própria tenho muitos cabo-verdianos na família, o que facilita bastante o meu trabalho", referiu.
"Não é por acaso que eu chego a Cabo Verde e me sinto completamente familiarizada, quer com a cultura, quer com a gastronomia, quer com a língua, quer ainda com a forma de estar", concluiu.
Sem comentários:
Enviar um comentário