A crise política em Portugal e o seu eventual impacto num resgate económico do país merecem hoje amplo destaque na imprensa espanhola, tanto nas edições em papel como nas electrónicas.
O jornal económico Expansion é um dos que dedicam mais atenção à situação política portuguesa, considerando que hoje é "o dia D para um possível resgate" económico, com os "focos do mercado postos" em Portugal.
O jornal refere que o Parlamento vota hoje "um plano de austeridade, mas se o Governo, em minoria, não o conseguir aprovar pode representar a faísca que acenda os planos de resgate".
Esse cenário de resgate poderia ser ainda reforçado, segundo o jornal, pela eventualidade dos mercados reagirem a decisões aquém do esperado durante a cimeira europeia desta semana.
Num outro artigo, o mesmo jornal refere que Portugal vive "horas decisivas" na "batalha contra os mercados para fugir ao temido resgate".
Também o jornal Cinco Dias comenta os acontecimentos de hoje, referindo que "Sócrates liga o seu futuro ao apoio da oposição aos ajustes" e que a crise política "resultará num aumento da pressão sobre a dívida portuguesa e numa aceleração de um possível resgate".
Esta tónica mantém-se na cobertura dos generalistas como o ABC, que considera que "cada dia se complica mais a situação económica e política de Portugal", com "a crise política a empurrar Portugal para a intervenção".
O El Pais, na primeira página, titula "Risco de um bloqueio político agrava crise económica em Portugal", com o país "a entrar no período de descontos" e o mercado a ter já "ditado a sua sentença elevando as taxas de juro acima dos 8%".
Este diário abre o seu caderno de economia com Lisboa, considerando que a situação política "ameaça levar Portugal ao resgate".
O El Mundo também se refere à possibilidade de um resgate caso a crise política se concretize com a rejeição do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC).
Na sua edição online, a RTVE também destaca a situação em Portugal, afirmando que a crise política "ameaça o novo plano de austeridade" e que a recusa desse plano "poderia provocar a demissão do primeiro-ministro".
A página da televisão e rádio públicas recorda que este é o quarto PEC e também considera que se não for aprovado poderá "reacender o debate sobre o resgate".
Também as agências dedicam espaço ao tema, com a Europa Press a considerar que "Sócrates liga a sua sobrevivência política à aprovação do novo plano de ajuste".
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