De Raul Vaz in Jornal de Negócios:
Sócrates dispensava com agrado o debate de ontem. Vem do "jet lag" planetário, das páginas do "Finantial Times" (embora superado por Barroso), da entrevista de vida ao El País.
Sente-se "the man of the year" a dias de pôr a assinatura num tratado que fica com a sua marca. O que verdadeiramente Sócrates desejava, seria prolongar o genuíno "porreiro pá" e, num passe de mágica, esticá-lo ao irresolúvel: o desemprego que teima em crescer, a economia que permanece intermitente, a insegurança que ameaça o cidadão, o Natal com menos luz nos bolsos dos portugueses.
Aterrar custa sempre e a realidade que espera Sócrates está a anos-luz do mundo por onde tem andado. Ontem escolheu a educação para falar com os deputados - tudo se reforma enquanto houver tempo para mudar.
É assim quando a agenda política impõe a desfocagem do que perturba - e o que seriamente começa a desassossegar o cidadão é a facilidade com que se mata perante a impotência das forças de segurança. Diz o Governo que as estatísticas estão contra os ajustes de contas.
É precisamente o que a oposição, particularmente Menezes, tem de fazer: começar a ajustar contas com o Governo, dizendo como faria e com quem faria, caso estivesse no lugar de Sócrates. É esta a única forma de fazer o homem aterrar. O que não é fácil para quem é o que é por "uma soma de casualidades".
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