O Instituto Camões (IC) está a elaborar, em parceria com o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) um estudo para determinar o valor económico da língua portuguesa, anunciou hoje a presidente do IC.
“Estamos a elaborar um estudo com o ISCTE que terá a duração de dois anos. No primeiro, pretendemos determinar o valor económico da língua portuguesa, e no segundo o seu peso económico”, disse Simonetta Luz Afonso (SLA) à margem do colóquio “Políticas e Práticas de Ensino de Português para as Comunidades Portuguesas”, que decorre em Lisboa.
De acordo com a responsável, este estudo surgiu na sequência da necessidade de se “quantificar o valor económico da língua portuguesa, que se sabe que existe”. “Recebemos muita informação dos leitorados nas universidades estrangeiras que nos permite perceber que há uma procura crescente pelo português, onde tradicionalmente não se ensina língua portuguesa”, afirmou a presidente do IC. De acordo com SLA, o ensino da língua portuguesa está a ser muito procurado em cursos como Economia, Direito, Arquitectura, Engenharia, Jornalismo, Medicina, entre outros.
“Essa procura fez-nos pensar que tem a ver com o interesse que a língua portuguesa tem para as novas oportunidades de trabalho e pela procura de novos mercados, porque quem vende tem de falar a língua de quem compra”, afirmou. “A língua portuguesa é uma língua que permite trabalhar e negociar fora da Europa e a União Europeia tem de olhar para as línguas de dois pontos de vista: as que têm mais falantes e as que permitem trabalhar fora da Europa”, defendeu a responsável. Nesse sentido, SLA sublinhou que o português “não é apenas a língua de 10 milhões habitantes que vivem na Europa”, mas de mais de 200 milhões em todo o mundo.
Relativamente ao Ensino de Português no Estrangeiro (EPE), que vai passar para a tutela do IC durante 2008, SLA adiantou que vai precisar de “um ano para inserir o ensino básico e secundário a partir do momento em que receber os ‘dossiers’ e o orçamento do EPE”. “Vamos também pensar o que vamos fazer em cada um dos países. Cada universidade onde estamos tem a sua política própria e com o ensino básico e secundário é a mesma coisa. Cada país tem as suas regras”, afirmou.
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