Um grupo português, liderado por uma família indiana, vai investir 150 milhões de euros num resort de luxo no Algarve, prevendo que a crise financeira mundial termine em 2012.
O empreendimento, denominado "Quinta da Praia", vai nascer numa área de 22,5 hectares em Alvor, incluindo um hotel de cinco estrelas com 175 quartos, um spa club e uma área residencial com 197 moradias e "townhouses".
Segundo o presidente do Grupo HN, Rakesh Kanabar, o lançamento do investimento em plena crise financeira mundial, "só foi possível porque está a ser planeado há já dois anos".
Trata-se da primeira aventura do grupo imobiliário fora do distrito em que está sedeado (Porto) e a sua estreia na imobiliária turística mas, ainda assim, não foge à regra do modelo financeiro da HN - "é financiado pela banca", refere o empresário.
Admite que, "se fosse hoje, não iria comprar mais um terreno de 50 milhões de euros", até porque defende ser altura dos empresários serem "prudentes".
Porém, acredita que dentro de três ou quatro anos, já terá sido retomada a confiança dos mercados financeiros pelo que o grupo irá "ter o produto pronto no momento certo".
Nos tempos que correm "ninguém consegue vender", especialmente no principal mercado da imobiliária turística no Algarve - o Reino Unido - onde "os preços da imobiliária estão a cair".
O empresário prevê contudo que tanto o Reino Unido como o resto da Europa - incluindo Portugal - "estejam preparados para começar a investir e a comprar aqui no Algarve", disse.
O arranque da obra está previsto para o final de 2009, ocasião em que os gabinetes de arquitectura WATG e Broadway Malyan já terão terminado os projectos do "resort lifestyle", como Rakesh Kanabar faz questão de designar.
O empresário revela ainda que o hotel de cinco estrelas será explorado por uma cadeia norte-americana, com quem deverá formalizar acordo "muito em breve". Em paralelo, encontra-se a negociar uma outra cadeia internacional para a gestão do clube de SPA, que inclui ginásio, "kids club" e áreas de lazer restritas a sócios.
No resort, deverá nascer ainda um bloco de apartamentos, onde só vão existir na tipologia T2. "Não queremos mais T1, pois o mercado da especulação já não existe. Hoje a procura só existe no Turismo Residencial e queremos criar aqui a Florida da Europa", afirmou.
O projecto contempla ainda a requalificação ambiental de uma área actualmente abandonada, entre o empreendimento e a praia, incluindo a recuperação de linhas de água e a criação de passadiços sobrelevados de acesso ao areal.
O Grupo HN tem centrado a sua acção na promoção imobiliária no Porto. Nos últimos 11 anos, ergueu hotéis como o Inca e o Sheraton. Tem actualmente em curso investimentos na ordem dos 100 milhões de euros, numa carteira que inclui o Boavista Palace, Porto Bessa Leite, Arrábida Lake Towers e o Retail Park de Gaia.
O resort algarvio pretende servir de plataforma à internacionalização do grupo no segmento do turismo residencial, tendo na mira países como a Angola, Cabo Verde e Brasil.
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