As principais forças políticas que concorrem às legislativas de dia 16 na Guiné-Bissau elegeram como tema central a questão do tráfico de droga, que está a assumir proporções alarmantes. Em causa estão a autoridade do Estado, a justiça e o desenvolvimento neste país africano Partidos querem reforçar combate ao tráfico de droga.
O tema transversal das eleições legislativas de dia 16 na Guiné-Bissau é, sem dúvida, a droga e o combate aos narcotraficantes que circulam impunemente no país de Amílcar Cabral. Todos os candidatos são unânimes em afirmar que "há mão da droga" na campanha eleitoral e todos acusam todos de tráfico, mas ninguém se atreve a apontar o dedo ou nomes. Assim, as caras de traficantes que supostamente estão a influenciar o processo eleitoral na Guiné-Bissau continuam desconhecidas. Mas todas as forças políticas que concorrem reconhecem que há uma mão invisível que está fazer circular muito dinheiro na campanha eleitoral.
Por exemplo, o líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Carlos Gomes Júnior, condenou, no primeiro comício do seu partido em Bissau, a ostentação de riqueza por parte de alguns partidos com dinheiro de proveniência duvidosa. Por seu lado, o líder do Partido Republicano para Independência e Desenvolvimento (PRID), Aristides Gomes, disse que as pessoas acusam sem apontar nomes e que o seu partido está disposto a levar a tribunal os líderes dos partidos que o têm acusado de ser o principal responsável pela introdução de droga na Guiné. Também a coligação Aliança de Forças Patrióticas garantiu que, se ganhar, reactivará o processo judicial das pessoas que foram indiciadas no Ministério Público no caso do desaparecimento de 674 quilos de drogas do Tesouro Público.
Como se não bastasse a crónica instabilidade política e social, a Guiné-Bissau está profundamente abalada com o fenómeno de tráfico de droga que minou quase toda a estrutura do Estado. O fenómeno de tráfico de droga transformou o próprio Estado da Guiné-Bissau num instrumento de desordem e de favorecimento na justiça social. Por outro lado, está iminente a instauração da lei do mais forte no país devido ao esvaziamento da autoridade do Estado. Ninguém assume que o seu Governo é responsável pelo tráfico de droga na Guiné. Por exemplo, o líder do Partido de Renovação Social (PRS), Kumba Ialá, costuma asseverar: "No meu tempo não havia tráfico de droga." Na realidade, toda a classe política guineense oscila face ao fenómeno de tráfico de droga que abala o país: governar com droga, se preciso; sem droga, se possível; contra a droga, se necessário.
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