O presidente interino do Instituto Português do Oriente (IPOR) confirmou hoje em carta enviada à imprensa que está a ser estudada a transferência de instalações da Livraria Portuguesa (L.P.), mas nega que o IPOR se queira desfazer do espólio.
Na carta, Rui Rocha refere que a mudança de instalações da livraria "é uma hipótese que vem sendo estudada com particular cuidado pelos associados (do IPOR), (...) desde Janeiro do corrente ano".
No entanto, acrescenta, "tal mudança não significa, nem pode significar, uma menorização da missão para a qual a L.P. foi criada, ou a sua deslocalização para espaço menos nobre da cidade, por razões óbvias".
Apesar de ter a livraria concessionada a um antigo presidente devido a vários anos de prejuízos acumulados quando era gerida pelo IPOR, Rocha sublinha na carta que "nenhum associado IPOR afirmou, em qualquer momento que fosse, que tal actividade iria deixar de constar das preocupações ou dos planos de actividades" do instituto.
O presidente interino, que ao longo da semana tem estado sempre incontactável via telefone, lamenta também notícias "algumas com tão estranha animosidade contra as pessoas e a instituição portuguesa IPOR", embora não especifique qualquer caso concreto noticiado pela imprensa local.
Rocha acrescentou que as notícias sobre a L.P. provocaram uma "situação incómoda" para professores e alunos e salientou que à direcção do instituto cabe "criar as condições de estabilidade que viabilize a continuidade presente e futura do projecto IPOR, bem como da sua missão-chave junto da comunidade de não falantes da língua portuguesa em Macau que é ministrar qualificadamente o ensino da língua portuguesa como língua estrangeira a 1.200 alunos".
A notícia sobre a venda do espaço ocupado pela L.P. foi avançada pela Rádio Macau há uma semana e desde então Rocha e outros responsáveis da Fundação Oriente - que em conjunto com o Instituto Camões possuem a quase a totalidade do capital do IPOR - estão incontactáveis ou recusam falar sobre a possibilidade de venda do espaço da Livraria, agora confirmada por e-mail.
O espaço físico da Livraria - três andares e um apartamento no mesmo prédio para apoio - foi adquirido pelo IPOR no final da Administração portuguesa por cerca de 200.000 euros, mas a sua localização faz com que hoje o preço de uma eventual venda possa ser 20 vezes superior.
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