O caso do ex-chefe da Armada guineense Bubo Na Tchuto, procurado pela justiça e refugiado na sede da ONU em Bissau, veio "expor completamente a fragilidade das instituições" guineenses, afirmou o secretário de Estado da Cooperação português.
A Guiné "tem um sistema judiciário muito frágil, não tem prisões seguras e tem alguma penetração do narcotráfico nas instituições do país", sublinha.
"Face ao tipo de acusação que se faz contra o almirante [tentativa de golpe Estado, tentativa de alteração do Estado de Direito e deserção], é evidente que há enorme dificuldade por parte das instituições em responder. Portanto, isto pode ser considerado uma provocação à estabilidade incipiente que existe no país", disse o secretário de Estado João Gomes Cravinho.
"A ONU está a fazer o que pode perante a chegada desta pessoa às suas portas. Procura criar condições para que ele seja entregue de uma maneira que não fragilize ainda mais as instituições. Aliás, recusaram tê-lo lá permanentemente no edifício da ONU", adiantou o secretário de Estado.
Questionado sobre os autores da "provocação", o governante português afirma que, além do próprio oficial guineense, há "um mistério" em torno de quem o terá ajudado a regressar à capital guineense há mais de uma semana.
[Se os serviços de informação portugueses no exterior funcionassem saber-se-ia. Ou então sabe-se mas não se quer dizer... Já há tente adivinhar.]
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