Governador do Banco de Portugal vai ser ouvido, na quinta-feira, na Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu (PE) sobre a sua candidatura à vice-presidência do Banco Central Europeu (BCE).
A audiência de Vítor Constâncio, às 16:30h de Lisboa, segue-se, no mesmo dia, às dos outros dois candidatos ao lugar, a do governador do Banco Central do Luxemburgo Yves Mersch às 9:00h e o director do Banco Central da Bélgica Peter Praet às 15:30h.
Fonte do PE disse que uma audiência "formal" deverá ser marcada para Fevereiro, depois de os ministros das Finanças da União Europeia (UE) apresentarem a lista definitiva dos candidatos, o que poderá acontecer na reunião que estes vão ter daqui a uma semana, terça-feira 19 de Janeiro, em Bruxelas.
O Parlamento emite um parecer não vinculativo sobre escolha dos novos membros do Conselho Executivo do BCE.
Constâncio é apontado como um bom candidato para substituir na vice-presidência do BCE o grego Lucas Papademos. O seu currículo e capacidade técnica são considerados determinantes, mas o português também está bem colocado devido à posição de Portugal no actual equilíbrio político europeu.
Segundo as regras não escritas mas aceites por todos os Estados-membros da UE, dos seis lugares Conselho Executivo do BCE, quatro são preenchidos pelos grandes Estados-membros da Zona Euro (Alemanha, França, Itália e Espanha), o que obriga os restantes membros a partilharem, por rotação, os dois outros cargos (vice-presidente e vogal).
Entre os países fundadores do Euro, apenas Portugal, Bélgica, Luxemburgo e Irlanda ainda não integraram o comité executivo, não tendo até agora a Irlanda apresentado qualquer candidato.
O actual governador do Banco de Portugal tem a seu favor o facto de tanto a Bélgica como o Luxemburgo terem obtido há pouco cargos importantes da UE, o que diminui as possibilidades dos seus candidatos ao BCE.
O ex-primeiro-ministro belga, Herman Van Rompuy, acaba de ocupar o lugar de presidente do Conselho Europeu e o primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, é presidente do Eurogrupo.
O facto de Portugal ter a presidência da Comissão Europeia pode ser visto como um problema idêntico que é desfeito pela necessidade de assegurar um equilíbrio geográfico no BCE.
O alemão Axel Weber é apontado como o candidato mais forte para substituir o actual presidente francês do BCE, Jean-Claude Trichet, em 2011.
Fazem parte da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu os deputados portugueses Elisa Ferreira (PS) e Diogo Feio (CDS-PP). Nuno Melo (CDS-PP) e Miguel Portas (BE) são membros suplentes dessa comissão.
E Espanha considera Constâncio "excelente candidato" à vice-presidência do BCE.
Ministra das Finanças espanhola não toma posição oficial mas sublinha tradição de apoio mútuo entre os dois países.
Elena Salgado sublinhou que "os apoios mútuos têm sido uma constante nas relações entre os dois países".
[Há duas perspectivas sobre a "questão Constâncio": uma que defende que Constâncio já foge tarde e outra que diz "mais vale tarde do que nunca". E Espanha apoia o candidato português em troca de quê? Do apoio português a um candidato espanhol a algum organismo europeu ou mundial de relevo...]
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