Há um ano, quando entrevistei o CEO da Oracle, alguém da sua "entourage" confessou-me que Cascais perdera ingloriamente a organização da America’s Cup: até Larry Ellison, com um barco em prova, queria Portugal. Depois de vários "off-the-record" com responsáveis das equipas presentes, percebi que a informação tinha fundamento: os "skippers" (não sei se a maioria) preferiam Cascais.
Pelo vento e pelas condições da baía. Mas ganhou o marketing espanhol, que não se coibiu de usar o "peso-pesado" Juan Carlos.
No final da entrevista, desliguei o gravador e atirei: "Larry, Cascais era melhor que Valência?" A incomodidade de Ellison (o sorriso desapareceu, a segurança também?) foi notória: "Isso é passado. Além disso, como convidado de Valência não me fica bem falar sobre o assunto."
Lembrei-me deste episódio quando começou a finalíssima entre os teams Allinghi e New Zeland (ganha ontem pelos suíços, o que significa que a próxima prova, em 2009 ou 2011, será na Europa). Oportunidade para Cascais?
Claro? se o país tivesse iniciado, em devido tempo, um "blitz" de marketing para atrair a próxima edição. Ontem soube-se que Valência anda há meses, nos bastidores, a fazer o seu (eficaz) "lobby". Azar nosso: o evento deixou 6 mil milhões de euros em Espanha (1 milhão de turistas) e pôs Valência no mapa do turismo de qualidade. Definitivamente não nos sabemos vender.
Por Camilo Lourenço
Sem comentários:
Enviar um comentário