segunda-feira, julho 30, 2007

Turbulência na reunião da Conselho Nacional do Povo de Cabinda

O "Nkoto Likanda", denominação em ibinda para Conselho Nacional do Povo de Cabinda, vai reunir de 30 de Julho a 1 de Agosto nos arredores de Paris numa altura em que o movimento nacionalista Cabinda atravessa uma das maiores crises das últimas duas décadas. Uma ocasião que servirá a Nzita Tiago, 80 anos, presidente da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), para tentar consolidar o poder no movimento.

"Todos sabem que nunca pretendi ser o Presidente de Cabinda", afirmou Nzita Tiago quando celebrou o seu octogésimo aniversário, 14 de Julho, ironizando sobre as disputas pelo poder no movimento preside há 44 anos, e sublinha: "não aceito que andem para aí a falar em meu nome", fazendo alusão a um cisma que vive a FLEC.

O "Nkoto Likanda" é uma assembleia que foi criada em Agosto de 2004 na Holanda, durante a reunião intercabindesa que resultou nos Acordos de Helvoirt que originaram a fusão dos dois principais movimentos da luta armada em Cabinda, FLEC/FAC, então presidida por Nzita Tiago, e a FLEC Renovada liderada por Bento Bembe, em torno de um só movimento denominado apenas como FLEC. Na mesma ocasião duas estruturas nascem com objectivos distintos. O Fórum Cabindês para o Dialogo, FCD, com a competência de preparar negociações com Angola e encontrar uma solução pacífica para o conflito, no qual Bento Bembe assume a presidência. O Nkoto Likanda, congregaria cabindas e amigos de Cabinda, oriundos dos meios militares, civis e religiosos de todas as facções e tendências com o objectivo de estabelecer politicas e estratégias comuns e desbloquear as eventuais situações de crise interna que pudessem por em risco a unidade.

Segundo os estatutos, qualquer reunião do "Nkoto Likanda" deverá ser composto pela FLEC, Sociedade Civil e a Igreja binda, perante a dificuldade de se conseguir agrupar num só local todos os seus elementos foi prevista uma reunião simultânea de quatro grupos regionais espalhados pelo mundo, onde deverá ser privilegiado o parecer do grupo regional de África e especialmente dos chefes militares que constituem a coluna vertebral da resistência.

E assim vai o antigo Congo português...

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