O parlamento reconheceu hoje Francisco Xavier do Amaral, líder da Associação Social Democrática Timorense (ASDT), como primeiro Presidente da República de Timor-Leste, uma decisão que o decano da política timorense agradece mas considera "muito tardia".
O reconhecimento do estatuto de ex-chefe de Estado, "com todos os direitos, honras e regalias inerentes", foi aprovado por unanimidade do plenário. A aprovação do projecto de resolução foi uma concessão do partido maioritário, a Fretilin, que "impedia o reconhecimento até hoje", recordou Francisco Xavier do Amaral.
Em 1974, Xavier do Amaral foi fundador da ASDT (de que ainda é presidente), movimento político que deu origem à Fretilin, de que também foi fundador e que, mais tarde, viria a ser o seu principal inimigo político. "Fui da Fretilin mas não sou radical. Aliás, a base de Timor é o animismo. O catolicismo e as outras coisas estão por cá há muito mas o animismo continua forte. Penso voltar para a política para concretizar o meu sonho, para criar um Timor independente, para Timor ser feliz e não um Timor para acordar com lágrimas", declarou.
O projecto de resolução hoje aprovado recorda que "o dia 28 de Novembro de 1975 é o dia da Proclamação da Independência da República Democrática de Timor-Leste". Xavier do Amaral foi chefe de Estado por nove dias, devido à invasão de Timor-Leste pela Indonésia, a 7 de Dezembro de 1975.
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