"Já não falta muito para que tenhamos um australiano como chefe do Estado", garantiu Kevin Rudd durante a campanha para as legislativas de sábado na Austrália.
Agora que foi eleito primeiro-ministro, derrotando o conservador Michael Howard, o líder trabalhista e republicano convicto prometeu organizar um referendo "logo que possível" para saber se os australianos querem manter a Rainha Isabel II como chefe do Estado. Após uma vitória por uns expressivos 53% dos votos, Rudd está empenhado em pôr em prática as suas promessas.
Em 1999, o monárquico Howard autorizara um referendo sobre a república. Na altura, o "não" venceu com 54,4% dos votos. Mas os defensores do "sim" garantiram que o resultado foi condicionado pelo facto de o presidente vir a ser eleito pelo Parlamento e não de forma directa. Rudd promete agora oferecer aos australianos a possibilidade de elegerem directamente o seu chefe do Estado, num novo referendo. Segundo o diário britânico The Times, a consulta popular deverá ocorrer apenas em 2010, para coincidir com as próximas legislativas.
Com 45% dos australianos a favor da república, contra 36% para o "não" e 19% de indecisos (segundo uma sondagem do The Australian) o resultado pode vir a ser diferente do de 1999.
O palácio de Buckingham afirmou ao The Times que esta questão só pode ser decidida nas urnas. Já em 2000, numa visita à Austrália, Isabel II dissera: "Sempre deixei claro que o futuro na monarquia é um assunto que o povo australiano deve decidir de forma democrática."
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