O Governo português não esteve representado na festa de reversão da barragem de Cahora Bassa realizada ontem, no Songo, província moçambicana de Tete, no centro do país. O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que vinha em representação do primeiro-ministro, José Sócrates, chegou atrasado porque teve de esperar para assinar, em Maputo, os documentos do fecho de contas para a transferência dos 700 milhões de dólares a favor de Portugal. A cadeira que estava reservada ao ministro permaneceu desocupada durante toda a cerimónia, de pouco mais de duas horas, decorrida debaixo de um calor intenso, com os termómetros a acusarem 41 graus centígrados, próprio de Tete.
Contrariamente às expectativas iniciais, os técnicos portugueses e moçambicanos não conseguiram terminar, na segunda-feira, o processo da organização dos protocolos para serem assinados pelos ministros de Energia de Moçambique, Salvador Namburete, e das Finanças português, Teixeira dos Santos. Tal só aconteceu às 11.00 de ontem. Devido à pressão e complexidade do trabalho, as equipas viram-se obrigadas a trabalhar até às 04.00 da madrugada ao que depois interromperam os trabalhos por três horas para o descanso, retomando às 08.00 até à hora do almoço. O nervosismo e o stress eram grandes. Havia que terminar o processo e ter os documentos assinados para dar mais cor à festa de reversão da barragem de Cahora Bassa, a segunda maior de África, que já se tinha iniciado na pequena vila de Songo, a pouco mais de cem quilómetros da cidade central de Tete. A julgar pelo prolongar do diálogo entre os técnicos luso-moçambicanos e representantes dos bancos credores da HCB, parecia que se estava a negociar, novamente, o acordo de reversão da barragem.
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