O Museu Nacional de Arte Antiga vai ter hoje - à semelhança do que já aconteceu domingo - algumas salas de exposição fechadas, e o Museu de Arqueologia poderá optar pela mesma solução ou por encerrar, durante a hora do almoço, por falta de pessoal vigilante.
A ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, declarou que se está perante uma "situação de colapso provocado pela falta de atenção do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC)", que não alertou a tempo o Ministério da Cultura para o fim dos contratos de tarefa de parte substancial dos funcionários dos museus. Diz a ministra: "Não há a mais pequena responsabilidade do Ministério da Cultura neste assunto"[minha é que a responsabilidade não será...].
Confrontado com as declarações da ministra, o director do IMC, Manuel Bairrão Oleiro [nomeado pela ministra], preferiu não comentar, apesar de horas antes ter dito esperar que a situação se resolvesse "durante esta semana", reconhecendo que, enquanto isso não acontecer, existe "o risco de parte da área expositiva dos museus estar encerrada".
O problema da falta de guardas "é conhecido desde há muito e necessita de outra solução" declarou na mesma ocasião. "Existia a expectativa de que a situação pudesse ficar resolvida com a reafectação do pessoal excedentário [da função pública]. Mas só onze pessoas é que se disponibilizaram para isso, e há mais de uma centena de lugares a preencher." [!?]
No início deste ano acabou aquele que era até então um dos grandes recursos dos museus: a possibilidade de fazer contratos através do Instituto do Emprego e Formação Profissional, recorrendo a pessoas que estavam no desemprego, e que constituíam já uma parte substancial dos guardas dos museus. Por isso, o único recurso, desde Março, são os contratos de tarefa, que têm que ser regularmente renovados - com autorização do Ministério das Finanças - sob pena de os museus se verem de um dia para o outro sem funcionários que permitam abrir as portas ao público. Esta situação "é desastrosa para o nosso esforço de captação de público" e "altamente desmotivante para a equipa do museu". O "básico dos básicos", afirma Luís Raposo, é poder abrir ao público.
"É impossível gerir uma casa sem saber o que acontece amanhã" diz Raposo.
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