O ensino do português como segunda língua nos EUA foi tomado como exemplo por George W. Bush para a forma como o Congresso desbarata o dinheiro dos contribuintes. A 14 meses do final do seu mandato, o Presidente republicano está a travar um braço-de-ferro com o Congresso democrata, para demonstrar que ainda é politicamente relevante.
Nessa luta vetou terça-feita uma proposta de lei de 606 mil milhões de dólares apresentada pelos democratas, que financiaria programas de apoio à educação, saúde e trabalho. Em retaliação, Harry Reid, líder da maioria democrata no Senado disse que o Presidente deixará de contar com verbas para pagar as guerras no Iraque e Afeganistão caso não aceite um plano de retirada completa das tropas até ao final do próximo ano. Foi neste contexto que, discursando na cidade de New Albany (estado de Indiana), Bush recorreu ao exemplo do ensino do português como segunda língua para ilustrar o despesismo desregrado dos democratas.
A outra proposta de lei é para os departamentos de Trabalho, Saúde e Serviços Humanos, e Educação. Esta proposta está atrasada 44 dias e dez mil milhões de dólares acima do orçamentado, e com mais de dois mil apêndices. Alguns dos projectos esbanjadores incluem um museu das prisões, uma escola de vela de ensino a bordo de um catamarã, e um programa de 'português como segunda língua'. O Congresso deve aos contribuintes esforços melhores. E por isso hoje, na Sala Oval, vetei esta proposta de lei." A proposta em causa está incluída na Lei das Apropriações para 2008 dos Departamentos do Trabalho, Saúde, Serviços Humanos, Educação e Agências Relacionadas. A lista é imensa, trata de tudo, desde a proibição de compra de lâmpadas que não poupem energia até à investigação científica com células estaminais - e a proposta referida por Bush é do congressista democrata por Rhode Island Patrick Kennedy, que concedia cem mil dólares ao Rhode Island College, de Providence, para um Programa de Estudos Portugueses e Lusófonos.
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