A força de elite exige uma resposta do Presidente, Fradique de Menezes, e do Governo de Tomé Vera Cruz. Cerca de 100 elementos do Corpo de Intervenção Rápida de São Tomé e Príncipe, conhecidos por "Ninjas", ocuparam o comando-geral da polícia ao final da tarde de segunda-feira, sequestraram o comandante-geral Gilberto Andrade, e fizeram reféns mais de dez agentes. Ontem libertaram o comandante-geral para este negociar as suas reivindicações com o Governo do primeiro-ministro, Tomé Vera Cruz, e o Presidente, Fradique de Menezes. Querem uma resposta a duas promessas: o pagamento de um subsídio previsto da sua formação em Angola, em 2003 e 2004, e a construção de um quartel na capital são-tomense para a sua força especial. Em Janeiro de 2006, o mesmo grupo protagonizou um episódio semelhante, tomando o comando-geral da Polícia Nacional, para exigir melhores salários e a demissão do comandante-geral Armando Correia, que responsabilizavam pela sua situação. O Governo da então primeira-ministra Maria do Carmo Silveira acabou por ceder, demitindo Correia. Na altura, chegou a haver uma intervenção das Forças Armadas. No centro das duas revoltas, um mesmo protagonista: Wilson Quaresma que ameaçou anteontem, embora não dando pormenores, avançar para um "Plano B" caso o Governo não responda favoravelmente às reivindicações do grupo até hoje, quarta-feira.
"A ironia desta história é que esta polícia foi formada [em Angola] para evitar um golpe de Estado [depois do golpe de 2003], e não para protagonizar revoltas como está acontecer", afirma por seu lado o investigador Gerhard Seibert, para quem a resolução destes casos vem acompanhada "do risco da repetição de novos actos deste tipo".
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