O dirigente da oposição da República Democrática do Congo (RDCongo) Jean-Pierre Bemba, cuja autorização de estada em Portugal termina hoje, vai permanecer no Algarve, mas não tenciona pedir asilo político, disse fonte próxima do político.
Apesar de o prazo de 60 dias concedido ao candidato derrotado nas presidenciais de 2006 terminar hoje, este não regressará à RDCongo, garantiu Mawise Musanganga, assessor de imprensa do Movimento de Libertação do Congo (MLC, oposição), de Jean-Pierre Bemba.
Devido a uma "fractura antiga numa perna", Bemba foi autorizado a deixar a RDCongo, a 11 de Abril, para receber tratamento em Portugal, país que visita amiúde e onde tem uma casa na Quinta do Lago, Algarve. Antes de partir para Portugal, Bemba esteve refugiado na embaixada da África do Sul em Kinshasa durante três semanas depois de um confronto entre os seus guarda-costas e o exército, em Março. A medida foi vista, em geral, como uma forma de aliviar a tensão na capital.
Caso regresse, Bemba enfrentará acusações de alta traição pelos combates.
Jean-Pierre Bemba, de 44 anos, que chegou a Portugal a 11 de Abril na companhia da mulher e dos cinco filhos num Boeing 727 privado, é considerado um dos homens mais ricos da RDCongo, estando a sua fortuna avaliada em centenas de milhões de dólares. Os seus negócios incluem comércio de rádios portáteis, aviação civil e comunicação social, em particular a televisão. A fortuna foi herdada do pai, empresário tido como próximo do falecido ditador Mobutu Sese Seko, que governou com mão de ferro o então Zaire de 1965 a 1997.
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