Ramos-Horta diz que o país deve possuir uma força naval capaz “desencorajar qualquer acto de humilhação..”.
Parece que Ramos-Horta não quer aquecer o lugar na presidência timorense. Ou, então, os timorenses já se esqueceram do que se passou em Maio do ano passado e que cada vez é mais claro teve mão dos australianos. Na região estes podem admitir tudo, mas não – nunca – um País totalmente independente. Isto porque, segundo a comunicação social e governo “aussies”, e, de acordo com um eventual caderno estratégico das suas forças armadas, reconhecido por “Relatório 20/20”, os timorenses querem criar uma força naval Ligeira com fragatas e corvetas, “incorporado com mísseis terra-terra e terra-ar”. Inadmissível, dizem os australianos. De acordo com o tal caderninho, os timorenses devem possuir uma Força Naval com uma capacidade de “desencorajar qualquer acto de humilhação do Estado de Timor-Leste no mar, ou atentatório dos seus interesses vitais” e deve, igualmente permitir uma participação timorense em “alianças em que o Estado se venha a comprometer” apresentando-se “com eficácia e dignidade”.
Irrealista, acusa o ministro das relações exteriores australiano Alexander Downer. Pois este senhor considera que mais que gastos em material de guerra que poderia, e pode, questionar a supremacia australiana na região os timorenses devem gastar em educação – de preferência, unicamente inglesa –, na saúde e no desenvolvimento da economia, ou seja, abrir o país aos dólares australianos. Porque de acordo com o tal caderninho/relatório, as forças armadas timorenses consideram que “as fronteiras marítimas e terrestres (aérea e espacial) são áreas da [sua] responsabilidade”. Não há dúvida, é inaudito, deselegante e uma clara manifesta falta de respeito pelos “amigos” aquilo que os militares timorenses andam a congeminar. Então põe-se em causa tudo o que aos “aussies” custou a ganhar como o domínio de um Governo e da principal fonte de riqueza timorense, no caso, o petróleo? Só não se entende como os australianos só agora tiveram acesso a um relatório que, segundo parece, está elaborado desde Junho de 2006!! Quem se deve estar a rir são os indonésios, principalmente depois de verem o novo presidente falar, e não foi só uma vez, em bahasa, a língua unificadora indonésia. Por este andar ainda vamos ver o “crocodilo” morder em muitos surfistas “aussies” com o aplauso “vingador” da ex-potência colonizadora (Jacarta Post dixit).
Por Eugénio Costa Almeida
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